Bento XVI presidiu esta tarde pela última vez enquanto papa à celebração da missa de Cinzas, que assinala a entrada na Quaresma.
Na catequese da audiência geral desta manhã, já
marcada pela Quaresma, salientou a importância da mudança e renovação de
vida que este tempo penitencial propõe.
«Converter-se significa não fechar-se na procura
do próprio sucesso, do próprio prestígio, da própria posição, mas
fazer que em cada dia, nas pequenas coisas, a verdade, a fé em Deus e o
amor se tornem a coisa mais importante», salientou.
Para o papa a «conversão» consiste em escolher
entre «poder humano e amor da cruz, entre uma redenção baseada apenas
no bem-estar material e uma redenção como obra de Deus», a quem se dá
«o primado da existência».
Bento XVI vincou que cada católico deve
diariamente «renovar a escolha de ser cristão», perante o «juízo
crítico de muitos contemporâneos».
Vaticano, 13.2.2013. Foto: AP Photo/Gregorio Borgia
«As provas a que a sociedade atual submete o cristão
são muitas e atingem a vida pessoal e social. Não é fácil ser fiel ao
matrimónio cristão, praticar a misericórdia na vida quotidiana, deixar
espaço à oração e ao silêncio interior», referiu.
O Papa recordou os obstáculos com que os
católicos se defrontam quando pretendem «opor-se publicamente a
escolhas que muitos consideram óbvias, como o aborto no caso de uma
gravidez indesejada, a eutanásia no caso de doença grave, ou a seleção
dos embriões para prevenir doenças hereditárias».
Vaticano, 13.2.2013. Foto: AP Photo/Gregorio Borgia
«No nosso tempo não são poucas as conversões» de
pessoas que «durante anos se afastaram da fé e depois redescobriram
Cristo e o seu Evangelho», como aconteceu com o monge russo ortodoxo
Pavel Florenskij, a holandesa Etty Hillesum, que morreu no campo de
concentração de Auschwitz, e a norte-americana Dorothy Day, apontou.
Na missa de Cinzas, esta tarde, Bento XVI afirmou que
«viver a Quaresma numa mais intensa e evidente comunhão eclesial [dentro
da Igreja], superando individualismos e rivalidades, é um sinal humilde
e precioso para aqueles que estão longe da fé ou são indiferentes».
Vaticano, 13.2.2013. Foto: AP Photo/Gregorio Borgia
«Iniciemos confiantes e alegres o itinerário quaresmal.
Ressoe fortemente em nós o convite à conversão, a voltar para Deus com
todo o coração, acolhendo a sua graça que nos faz homens novos (...)
Nenhum de nós, por isso, seja surdo a este apelo (...)», apelou.
SNPC / Agência Ecclesia
© SNPC | 13.02.13
© SNPC | 13.02.13
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