sábado, 29 de dezembro de 2012

Onde não se dá glória a Deus, também não há paz!

HOMILIA DO SANTO PADRE BENTO XVI na SOLENIDADE DO NATAL DO SENHOR
Basílica Vaticana, 24 de Dezembro de 2012

 
Amados irmãos e irmãs!
A beleza deste Evangelho não cessa de tocar o nosso coração: uma beleza que é esplendor da verdade. Não cessa de nos comover o facto de Deus Se ter feito menino, para que nós pudéssemos amá-Lo, para que ousássemos amá-Lo, e, como menino, Se coloca confiadamente nas nossas mãos. Como se dissesse: Sei que o meu esplendor te assusta, que à vista da minha grandeza procuras impor-te a ti mesmo. Por isso venho a ti como menino, para que Me possas acolher e amar.
Sempre de novo me toca também a palavra do evangelista, dita quase de fugida, segundo a qual não havia lugar para eles na hospedaria. Inevitavelmente se põe a questão de saber como reagiria eu, se Maria e José batessem à minha porta. Haveria lugar para eles? E recordamos então que esta notícia, aparentemente casual, da falta de lugar na hospedaria que obriga a Sagrada Família a ir para o estábulo, foi aprofundada e referida na sua essência pelo evangelista João nestes termos: «Veio para o que era Seu, e os Seus não O acolheram» (Jo 1, 11). Deste modo, a grande questão moral sobre o modo como nos comportamos com os prófugos, os refugiados, os imigrantes ganha um sentido ainda mais fundamental: Temos verdadeiramente lugar para Deus, quando Ele tenta entrar em nós? Temos tempo e espaço para Ele? Porventura não é ao próprio Deus que rejeitamos? Isto começa pelo facto de não termos tempo para Deus. Quanto mais rapidamente nos podemos mover, quanto mais eficazes se tornam os meios que nos fazem poupar tempo, tanto menos tempo temos disponível. E Deus? O que diz respeito a Ele nunca parece uma questão urgente.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Ano da Fé - Como falar de Deus? (Audiência Geral de Bento XVI)

PAPA BENTO XVI | AUDIÊNCIA GERAL
Praça de São Pedro, Quarta-feira, 28 de Novembro de 2012

Queridos irmãos e irmãs,


A interrogação central que hoje levantamos é a seguinte: como falar de Deus no nosso tempo? Como comunicar o Evangelho, para abrir caminhos à sua verdade salvífica nos corações muitas vezes fechados dos nossos contemporâneos e nas suas mentes por vezes distraídas pelas numerosas luzes da sociedade? O próprio Jesus, dizem-nos os evangelistas, ao anunciar o Reino de Deus, interrogou-se acerca disto: «A quem compararemos o Reino de Deus? Ou com que parábola o representaremos?» (Mc 4, 30). Como falar de Deus hoje? A primeira resposta é que nós podemos falar de Deus, porque Ele falou connosco. Portanto, a primeira condição para falar de Deus é a escuta daquilo que o próprio Deus disse. Deus falou connosco! Por conseguinte, Deus não é uma hipótese distante sobre a origem do mundo; não é uma inteligência matemática muito distante de nós. Deus interessa-se por nós, ama-nos, entrou pessoalmente na realidade da nossa história e comunicou-se a si mesmo a ponto de se encarnar. Portanto, Deus é uma realidade da nossa vida, é tão grande que tem tempo também para nós, preocupa-se connosco. Em Jesus de Nazaré nós encontramos o rosto de Deus, que desceu do seu Céu para se imergir no mundo dos homens, no nosso mundo, e para ensinar a «arte de viver», o caminho da felicidade; para nos libertar do pecado e para nos tornar filhos de Deus (cf. Ef 1, 5; Rm 8, 14). Jesus veio para nos salvar e para nos mostrar a vida boa do Evangelho.

Concilio Vaticano II - O Discurso da Lua, improvisado pelo Papa bom

“O discurso da lua” é uma das mais famosas intervenções do chamado “papa bom”. Na noite de 11 de Outubro de 1962, após a sessão de abertura do concílio Vaticano II, uma multidão de fiéis acorreu espontaneamente à Praça de São Pedro com velas e em oração. Informado pelo seu secretário, Mons. Capovilla, João XXIII aproximou-se à janela, e, emocionado, falou de improviso. O carácter coloquial e absolutamente inesperado da sua saudação, granjeou-lhe o título de “discurso da lua”, devido à referência que o mesmo fez no início do diálogo.



"Caros filhinhos, oiço as vossas vozes. A minha é apenas uma, mas condensa a voz do mundo inteiro. Todo o mundo está aqui representado.
Parece que até a lua antecipou-se esta noite – observai-a no alto – para contemplar este espectáculo. É que encerramos uma grande jornada de paz. Sim, de paz: Glória a Deus e paz aos homens de boa vontade.
A minha pessoa não conta para nada, quem vos fala é um irmão, que se tornou pai por vontade de Nosso Senhor, mas tudo junto – paternidade e fraternidade – é graça de Deus, tudo, tudo.
Continuemos, pois, a amar-nos, a querer-nos bem, a querer-nos bem; olhando-nos mutuamente no encontro, recolhendo aquilo que nos une, deixando de lado qualquer coisa que nos possa criar dificuldade: nada. Fratres sumus .
Esta manhã aconteceu um espectáculo que nem a basílica de São Pedro, que tem quatro séculos de história, alguma vez pôde contemplar.
Honremos as impressões desta noite. Que os nossos sentimentos permaneçam sempre como agora os manifestamos diante do Céu e da terra. Fé, esperança, caridade, amor de Deus, amor de irmãos. E assim, todos juntos, mutuamente apoiados, na santa paz do Senhor, nas obras do bem.
Quando regressardes a casa, encontrareis os vossos meninos. Fazei uma carícia às vossas crianças e dizei: «esta é a carícia do Papa». Encontrareis algumas lágrimas por enxugar, fazei alguma coisa… dizei uma boa palavra: «o Papa está connosco, especialmente nas horas de tristeza e de amargura».
E assim, todos juntos, animemo-nos, cantando, suspirando, chorando mas sempre, sempre cheios de confiança em Cristo que nos ajuda e nos escuta, para avançarmos e retormarmos o nosso caminho.
E, agora, tende a gentileza de atender à bênção que vos dou e também à boa-noite que me permito desejar-vos."


quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Proibido desistir!


Dom Jorge Ortiga
Mensagem para o novo ano de 2013,


Cremos que por Ele todas as coisas foram feitas

Apesar das inúmeras previsões apocalípticas para este ano, o nosso Deus preferiu continuar a dar-nos a oportunidade de desfrutar deste belo mundo, que Ele próprio preparou outrora para nós, pois, continuando a caminhar nos conteúdos do Credo, acreditamos que “por Ele todas as coisas foram feitas”.
Neste sentido, considero que qualquer mensagem de ano novo deve despertar uma razão válida para continuarmos a viver com alegria neste status social tão sombrio. A propósito, a prestigiada revista norte-americana Time elegeu como figura do ano o Presidente Barack Obama. Contudo, eu preferia eleger como figura do ano um conjunto de pessoas que, no meio de adversidades físicas e económicas, mesmo assim conseguiram ser um factor de enorme orgulho para o país: os atletas portugueses dos Jogos Paralímpicos de Londres, alguns deles da nossa Arquidiocese, e a quem saúdo pessoalmente!
Na mensagem do ano passado, tinha ressaltado aqueles seis pescadores das Caxinas, que sobreviveram durante três dias em alto mar. Do mesmo modo, estes atletas também “sobrevivem” a dificuldades quotidianas para que, através do desporto, revelem a igualdade de oportunidades, acentuem o combate à discriminação e cimentem a valorização das pessoas com deficiência.
Com o evento do Átrio dos Gentios, percebemos que afinal a vida, para crentes e não-crentes, tem valor em qualquer circunstância existencial, mesmo quando ameaçada pela crise. Na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz, o Papa Bento XVI surpreende-nos ao afirmar que aí se encontra precisamente a solução da actual crise: “para sair da crise financeira e económica actual, que provoca um aumento das desigualdades, são necessárias pessoas, grupos, instituições que promovam a vida, favorecendo a criatividade humana para fazer da própria crise uma ocasião de discernimento e de um novo modelo económico.”
A vida humana é um tráfico de encontros. E por isso, peço a Deus que nos dê a sabedoria da paz para esses encontros. Aquela paz interior que promove a vida, que dissipa a lógica da violência, que dissemina a corrupção, que transforma os olhares pessimistas, que rompe com as muralhas das ditaduras e que sufoca as tonalidades da indiferença. Aliás, à semelhança de Maria, a Rainha da Paz, os atletas paralímpicos são um testemunho actual que nos faz acreditar que realmente “nada é impossível”.
O mundo não se constrói apenas com grandes presidentes, grandes descobertas científicas ou grandes discursos musculados, mas também com pequenos e silenciosos gestos de paz que tornam possível a sociabilidade humana e garantem a sobrevivência do próprio planeta. E o gesto do Papa Bento XVI para com o seu desleal mordomo neste Natal comprova que a humildade abre mais portas que a autoridade.
Para terminar, o “ano internacional da cooperação para a água”, que celebra-se durante este ano de 2013, responsabiliza-nos para a ecologia. A fé, traduzida no amor ao próximo, também se manifesta no cuidar deste “chão” que pisamos, para que as gerações futuras desfrutem dele com qualidade, antes que sejamos nós os autores de um cenário apocalíptico (catástrofe) sobre o mundo.
Porque o Deus da Vida acredita e não desiste de nós, nós acreditamos que vale mesmo a pena viver: é esta a razão primordial! Por isso, um profundo obrigado aos atletas paralímpicos por, neste tempo de crise, nos terem ensinado que desistir é uma acção proibida!

27 de Dezembro de 2012

sábado, 22 de dezembro de 2012

Mensagem de Natal 2012, D. Jorge Ortiga


UMA JANELA ABERTA

Creio em Jesus Cristo, seu único filho, nosso Senhor,
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo; nasceu da Virgem Maria.

A nostalgia do evento Átrio dos Gentios vai-se diluindo. Contudo, confesso que há uma frase, da mensagem que o Santo Padre escreveu pessoalmente, que me tem perseguido: “os homens sem Deus constroem edifícios de cimento armado sem janelas”.
Se na mensagem para o Advento, partindo da história da família de Abraão, pedi que passássemos do riso da descrença ao sorriso da fé em Deus todo-poderoso, nesta mensagem para o Natal alargo o leque para que também acreditemos naquele que encarnou e abriu uma janela nos edifícios humanos, de modo a contemplarem a luz radiosa de Deus: Jesus Cristo, seu único Filho, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nascendo da Virgem Maria.
Ora, no tempo de Jesus a família era tudo: lugar de nascimento, escola de vida e garantia de trabalho. Fora da família, o indivíduo ficava sem proteção nem segurança. Só na família encontrava a sua verdadeira identidade. Esta família não se reduzia ao pequeno lar constituído por pais e irmãos, mas alargava-se a todo o clã familiar. Dentro deste grande grupo, eles entreajudavam-se nos trabalhos, partilhavam alfaias agrícolas e os lagares de azeite, uniam-se para proteger as suas terras, definiam as regras de ação e estabeleciam fortes laços de amizade. Perder ou abandonar a família de origem, significava assim perder a segurança existencial.
Neste sentido, os ataques da atual sociedade de consumo pode reduzir o Natal a hábitos e rotinas comerciais, que disfarcem o genuíno sentido da sua origem: celebrar o Natal é festejar em família o nascimento do Salvador! Por conseguinte, a imagem da janela aberta traduz em si uma nova gramática do humano. Ela possibilita a entrada do transcendente no nosso interior e, simultaneamente, obriga-nos a olhar para o exterior, exigindo-nos a corresponsabilidade familiar, à semelhança da família de Nazaré. Porque se a chaminé (natal comercial) traz a satisfação do “eu”, a janela aberta (natal católico) favorece a comunhão do “nós”. Trabalhemos a nossa realidade familiar e abramos as portas da nossa família ao mundo!
Por isso, gostaria de deixar um desafio a todas as famílias da nossa Arquidiocese: percam a vergonha e façam um breve momento de oração, antes da refeição da Ceia de Natal, louvando os dons de Deus e recordando os irmãos que perderam a segurança familiar.
Para terminar, uma das mais antigas músicas natalícias lança-nos o imperativo: Adeste Fideles laeti triumphantes! Só contemplando o presépio com o código da fé, compreendemos o milagre do Natal: a união da família! Sem ela, o indivíduo fica privado de um projeto de realização humana.
Na certeza de que muitas janelas se abrirão, faço votos de um Santo Natal a todos os crentes e não-crentes! Porque, quer queiramos quer não, se Maria não tivesse dito sim à proposta divina e, por inerência, Jesus não tivesse nascido, ainda estaríamos fechados na obscuridade dos edifícios de cimento armado e a perguntar: afinal, quem é somos e para onde vamos?
               
Um bom Natal a todos e, particularmente, àqueles que não experimentam o calor familiar!

+ Jorge Ortiga, A.P.
23 de Dezembro de 2012.


"Eu vos anuncio uma grande alegria"



Pe. Raniero Cantalamessa, OFM Cap
III Pregação do Advento 2012 
21 de Dezembro 

Evangelizar mediante a alegria

Depois de refletir sobre a graça do ano da fé e sobre o aniversário do concílio Vaticano II, dedicamos esta última meditação do advento ao terceiro grande tema do ano, a evangelização.

O papa convidou a Igreja a fazer deste ano uma oportunidade de redescobrir a "alegria do encontro com Cristo", a alegria de ser cristãos. Ecoando essa exortação, eu gostaria de falar sobre como evangelizar através da alegria, procurando permanecer o mais fiel possível ao tempo litúrgico atual, em preparação para o Natal. 

1. A alegria escatológica

Nos evangelhos da infância, inspirado pelo Espírito Santo, Lucas conseguiu não só apresentar fatos e personagens, mas também recriar a atmosfera e o clima daqueles eventos. Um dos mais evidentes elementos desse mundo espiritual é a alegria. A piedade cristã não se enganou quando deu à infância de Jesus o nome de "mistérios gozosos", mistérios de alegria.

A Zacarias, o anjo promete "alegria e exultação" pelo nascimento do filho, e que muitos "se alegrarão" com a sua vinda (cf. Lc 1, 14). Há uma palavra grega que, a partir deste momento, reaparecerá na boca de vários personagens de modo contínuo: é o termo agallìasis, que indica "a alegria escatológica pela irrupção do tempo messiânico". Ao ouvir a saudação de Maria, o bebê "regozijou-se" no ventre de Isabel (Lucas 1, 44), sinalizando, assim, a alegria do "amigo do esposo" pela presença do esposo (Jo 3, 29). O ápice acontece no cântico de Maria: "Meu espírito se alegra (egallìasen) em Deus" (Lc 1, 47); espalha-se na alegria tranquila de amigos e parentes ao redor do berço do precursor (cf. Lc 1, 58) e explode, finalmente, com pleno vigor, no nascimento de Cristo, na declaração dos anjos para os pastores: "Eis que vos anuncio uma grande alegria" (Lc 2, 10).

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Onde estava Deus? Como é que Deus permitiu que isto acontecesse?

Depois da tragédia nos Estados Unidos, onde 27 pessoas, a maior parte crianças, foram abatidas por um jovem que se suicidou depois, muitas sãos as reflexões e os debates acerca do que aconteceu. Também o religioso entrou na conversa. A pergunta é a de sempre: "Como é que Deus permitiu que isto acontecesse? Onde estava Deus?".
Deixamos aqui um dessas muitas partilhas para nossa reflexão.


Oração de Consoada na Noite de Natal

DA CONFIANÇA  
brota a
[Todos em volta da mesa. O Pai ou a Mãe conduzem a oração. Um filho tem a Bíblia aberta em Lc 2,15-20. Outro tem o MENINO JESUS na mão. No presépio ou no centro da mesa está preparado um lugar para que no final da oração se coloque o MENINO JESUS sobre ela.]

CÂNTICO DE NATAL
Noite feliz, Noite feliz,
O Senhor, Deus de amor,
Pobrezinho nasceu em Belém.
Eis na lapa Jesus nosso bem.
Dorme em paz. O Jesus.
Dorme em paz. O Jesus.
        Noite de paz, noite de amor.
       Tudo dorme em redor.
       Entre os astros que aspergem a luz
       Indicando o Menino Jesus.
       Brilha a estrela da paz.
       Brilha a estrela da paz.
  
[PAI/MÃE/OUTRO, BENZENDO-SE] Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
[TODOS] Amém.
[PAI/MÃE/OUTRO] A graça e a paz de Jesus, nascido hoje para nós, estejam connosco!
[TODOS] Bendito seja Deus que nos reuniu no Amor de Cristo.
[PAI/MÃE/OUTRO] Hoje é um dia de alegria! A nossa peregrinação de confiança do coração permite-nos dizer existem realidades que tornem a vida bela e por elas chega uma plenitude e uma alegria interior? Essa realidade é para nós hoje o Natal. Da confiança brota em nós a fé no Emanuel, no Deus connosco. Vamos recordar como tudo aconteceu.
 [Propomos que a proclamação deste texto se faça pela Bíblia - Lc 2, 15 – 20]

[LEITOR] Naqueles dias, quando os anjos se afastaram deles em direcção ao Céu, os pastores disseram uns aos outros: «Vamos a Belém ver o que aconteceu e que o Senhor nos deu a conhecer.» Foram apressadamente e encontraram Maria, José e o MENINO deitado na manjedoura. Depois de terem visto, começaram a divulgar o que lhes tinham dito a respeito daquele MENINO. Todos os que ouviram se admiravam do que lhes diziam os pastores. Quanto a Maria, conservava todas estas coisas, meditando-as no seu coração. E os pastores voltaram, glorificando e louvando a DEUS por tudo o que tinham visto e ouvido, conforme lhes fora anunciado.

[Pequena pausa em silêncio]

BÊNÇÃO DA MESA DE CONSOADA

[PAI/MÃE/OUTRO ou TODOS]
SENHOR, a confiança em Ti
faz-nos estar aqui reunidos em Teu nome.
Abençoa-nos com a Tua paz!
Agradecidos por todos os alimentos que nos concedes, nós Te pedimos:
abençoa a nossa família e a mesa cheia dos frutos da tua bon­dade.
SENHOR, recordamos todos os que não têm que comer e passam frio,
os que não têm família ou estão desempregados:
que a nossa confiança em Ti seja traduzida em gestos fraternos e solidários
para que todos eles recuperem a confiança e a esperança no futuro.
SENHOR, que a celebração do Natal fortaleça a confiança do coração
para nele brotar a fé em Jesus,
Ele que é Deus convosco, na unidade do ESPÍRITO SANTO.
[TODOS] Amém.
[PAI/MÃE/OUTRO, BENZENDO-SE] Bendigamos ao Senhor!
[TODOS] Graças a Deus!

[Pode concluir-se com o cântico inicial ou com outro conhecido de todos]

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Ano da Fé - O desejo de Deus (Audiência Geral de Bento XVI)


PAPA BENTO XVI | AUDIÊNCIA GERAL
Praça de São Pedro, Quarta-feira, 7 de Novembro de 2012

Queridos irmãos e irmãs,

O caminho de reflexão que estamos a fazer juntos neste Ano da Fé leva-nos hoje a meditar sobre um aspecto fascinante da experiência humana e cristã: o homem leva consigo um desejo misterioso de Deus. De uma forma significativa, o Catecismo da Igreja Católica inicia precisamente com a seguinte consideração: «Desejar a Deus é um sentimento inscrito no coração do homem, porque o homem foi criado por Deus e para Deus. Deus não cessa de atrair o homem a Si e só em Deus é que o homem encontra a verdade e a felicidade que não se cansa de procurar» (n. 27).

Esta afirmação, que também hoje em muitos contextos culturais parece ser totalmente partilhável, quase óbvia, poderia ao contrário parecer uma provocação no âmbito da cultura ocidental secularizada. Com efeito, muitos nossos contemporâneos poderiam objectar que não sentem minimamente tal desejo de Deus. Em amplos sectores da sociedade Ele já não é o esperado, o desejado, mas sim uma realidade que deixa indiferentes, face à qual nem sequer se deve fazer o esforço de se pronunciar. Na realidade, aquele que definimos «desejo de Deus» não desapareceu totalmente e apresenta-se ainda hoje, de muitas formas, ao coração do homem. O desejo humano tende sempre para determinados bens concretos, muitas vezes tudo menos que bens espirituais, e todavia encontra-se face à pergunta acerca do que é deveras «o» bem, e por conseguinte confronta-se com algo que é outra coisa e não é o eu, que o homem não pode construir, mas está chamado a reconhecer. O que pode deveras saciar o desejo do homem?

domingo, 16 de dezembro de 2012

A humanidade do nosso tempo ainda espera um Salvador?


Na Noite de Natal deter-nos-emos, mais uma vez, diante do presépio, para contemplar estupefactos o "Verbo feito carne". Sentimentos de alegria e de gratidão, como todos os anos, renovar-se-ão no nosso coração ao ouvir as melodias do Natal, que cantam em tantas línguas o mesmo extraordinário prodígio. O Criador do universo veio por amor habitar entre os homens. (...)
O mundo com as suas angústias diz a iminência de algo que o renovará, e deseja com uma expectativa impaciente que o esplendor de um sol mais resplandecente ilumine as suas trevas... Esta expectativa da criação persuade-nos também a nós a esperar o nascimento de Cristo, novo Sol" (Disc. 61a, 1-3). Portanto, a mesma criação nos leva a descobrir e a reconhecer Aquele que há de vir.
Mas a pergunta é: a humanidade do nosso tempo espera ainda um Salvador? Tem-se a impressão de que muitos consideram Deus fora dos seus interesses. Aparentemente não precisam d'Ele; vivem como se Ele não existisse e, ainda pior, como se fosse um "obstáculo" a superar para se realizarem a si mesmos. Também entre os crentes temos a certeza há quem se deixa atrair por quimeras aliciantes e distrair por doutrinas desviantes que propõem atalhos ilusórios para obter a felicidade.
Contudo, mesmo com as suas contradições, angústias e dramas, e talvez precisamente para eles, hoje a humanidade procura um caminho de renovação, de salvação, procura um Salvador e aguarda, por vezes inconscientemente, o advento do Salvador que renova o mundo e a nossa vida, o advento de Cristo, o único verdadeiro Redentor do homem e do homem todo. Sem dúvida, falsos profetas continuam a propor uma salvação a "baixo preço", que termina sempre por gerar violentas desilusões.
Precisamente a história dos últimos cinquenta anos demonstra esta busca de um Salvador a "baixo preço" e evidencia todas as desilusões a que elas deram origem. É tarefa dos cristãos difundir, com o testemunho da vida, a verdade do Natal, que Cristo traz a cada homem e mulher de boa vontade. Nascendo na pobreza do presépio, Jesus vem oferecer a todos aquela alegria e paz, as únicas que podem colmatar a expectativa do ânimo humano.
Mas como devemos preparar-nos para abrir o coração ao Senhor que vem? A atitude espiritual da expectativa vigilante e orante permanece a característica fundamental do cristão neste tempo de Advento. É a atitude que distingue os protagonistas de então: Zacarias e Isabel, os pastores, os Magos, o povo simples e humilde. Sobretudo a expectativa de Maria e de José! Eles, mais do que outrém, viveram em primeira pessoa os afãs e a trepidação pelo Menino que devia nascer.
Não é difícil imaginar como transcorreram os últimos dias, na expectativa de abraçar o recém-nascido. A sua atitude seja a nossa, queridos irmãos e irmãs! A este propósito, ouvimos a exortação de São Máximo, Bispo de Turim: «Enquanto estamos para acolher o Natal do Senhor, revistamo-nos com vestes nítidas, sem mancha. Falo da veste da alma, não da do corpo. Vistamo-nos não com vestes de seda, mas com obras santas! As vestes vistosas podem cobrir os membros mas não embelezam a consciência».
Nascendo entre nós, que o Menino Jesus não nos encontre distraídos ou comprometidos simplesmente a embelezar com iluminações as nossas casas. Ao contrário, preparemos na nossa alma e nas nossas famílias uma habitação digna onde Ele se sinta acolhido com fé e amor. 

Papa Bento XVI

sábado, 15 de dezembro de 2012

Porta Aberta - Encontro dia 19 de Dezembro

O próximo encontro do PORTA ABERTA é já no dia 19 de Dezembro, quarta feira.

BRUFE - às 21h15, na Cripta da igreja, sobre a expressão do Credo “Creio na ressurreição da carne e na vida eterna”.

CAVALÕES - às 21h15, na residência paroquial, com o seguinte tema ou questão: “A Verdade da Fé”.

SANTO ADRIÃO -  às 21h30, no Centro Pastoral, com a seguinte tema ou questão:
Por vezes somos confrontados com a afirmação que o Homem inventou Deus, para isto ou para aquilo, para interesses do Homem, para sua justificação ou consolação. Quando se diz que o homem inventou Deus que poderemos pensar? Que Deus não existe senão como pensamento do Homem? Ou, que o Homem tem afinal a capacidade de aceder ao mistério de Deus?