sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Depois do encontro "Em que crê quem não crê? E quem crê?"



Tal como estava anunciado, aconteceu, no passado dia 5, no Auditório da Fundação Cupertino de Miranda, um serão de diálogo sobre a ciência, o desconhecido, a esperança, a dúvida, o não-saber, a fé em Jesus Cristo… Os intervenientes convidados, Professor Agostinho Marques, Drª Goreti Azevedo e Padre Carlos Carneiro, principiaram por partilhar as suas concepções de Deus, do homem, da vida, da realidade, a que se seguiu, com a coordenação de Drª Luisa Alvim, moderadora do serão, um diálogo aberto entre os três intervenientes. As questões levantadas foram de enorme riqueza e a tónica dominante foi a da importância de uma busca humilde, sempre inacabada… Os valores comumente ressaltados foram os da abertura aos outros, solidariedade, partilha, perdão e compaixão, tendo o Professor Agostinho Marques afirmado que, para si – agnóstico – a maior questão não é acreditar ou não em Deus, mas na vida intervir e ter uma acção concreta no mundo. E – afirmou - uma das maiores preocupações da Faculdade de Medicina do Porto, de que é actual director, é ensinar aos alunos “a compaixão, a humanidade”.
O Padre Carlos Carneiro afirmou que a sua decisão de ser católico se prende com o facto de ter encontrado em Jesus Cristo a mais alta qualidade da existência humana e que a sua fé é uma relação que o obriga a por em causa, continuamente, a própria fé. É um crente imperfeito, à procura… A fé em Deus - disse - não é, não pode ser, só uma relação de intimidade, mas uma prática, uma ação que se expressa no viver para os outros.
Para a Drª Goreti Azevedo, os princípios e valores que norteiam a cultura cristã são os seus próprios valores. Contudo, não acredita em Deus porque não consegue estabelecer relação com Ele. Não encontra qualquer incompatibilidade entre o avanço da Ciência e a crença em Deus. Faltam, parece-lhe, comunidades cristãs que testemunhem, de forma convincente, aquilo em que acreditam!
O diálogo, entretanto, aberto a toda a assembleia, foi infelizmente curto e teve que ser interrompido porque as horas foram passando e o dia seguinte era dia de trabalho para a maioria dos presentes.  

Maria Helena Aguiar





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