terça-feira, 4 de dezembro de 2012

A IGREJA, CASA E ESCOLA DE COMUNHÃO



Nos 50 anos do II Concílio Vaticano e da constituição sobre a Igreja, Lumen Gentium:

FAZER DA IGREJA A CASA E A ESCOLA DA COMUNHÃO: eis o grande desafio que nos espera no milénio que começa, se quisermos ser fiéis ao desígnio de Deus e corresponder às expectativas mais profundas do mundo.

Que significa isto em concreto? 
Também aqui o nosso pensamento poderia fixar-se imediatamente na acção, mas seria errado deixar-se levar por tal impulso. Antes de programar iniciativas concretas, é preciso promover uma espiritualidade da comunhão, elevando-a ao nível de princípio educativo em todos os lugares onde se plasma o homem e o cristão, onde se educam os ministros do altar, os consagrados, os agentes pastorais, onde se constroem as famílias e as comunidades. 
Espiritualidade da comunhão significa em primeiro lugar ter o olhar do coração voltado para o mistério da Trindade, que habita em nós e cuja luz há-de ser percebida também no rosto dos irmãos que estão ao nosso redor. 
Espiritualidade da comunhão significa também a capacidade de sentir o irmão de fé na unidade profunda do Corpo místico, isto é, como “ um que faz parte de mim “, para saber partilhar as suas alegrias e os seus sofrimentos, para intuir os seus anseios e dar remédio às suas necessidades, para oferecer-lhe uma verdadeira e profunda amizade. 
Espiritualidade da comunhão é ainda a capacidade de ver antes de mais nada o que há de positivo no outro, para acolhê-lo e valorizá-lo como dom de Deus: um “dom para mim”, como o é para o irmão que directamente o recebeu. 
Por fim, espiritualidade da comunhão é saber “ criar espaço “ para o irmão, levando “ os fardos uns dos outros “ (Gal 6,2) e rejeitando as tentações egoístas que sempre nos insidiam e geram competição, arrivismo, suspeitas, ciúmes. Não haja ilusões! Sem esta caminhada espiritual, de pouco servirão os instrumentos exteriores da comunhão. Revelar-se-iam mais como estruturas sem alma, máscaras de comunhão, do que como vias para a sua expressão e crescimento”. 

JOÃO PAULO II, 2001, No Início do novo Milénio (NMI) 43

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